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segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Expedito Araújo e Lucrécia Paco apresentam Macunaíma no CCBM


Livro do escritor brasileiro Mário de Andrade foi celebrado numa leitura dramática marcada para noite de sábado, na capital do país.

Homenagear Mário de Andrade. Esta foi a intenção dos actores Expedito Araújo e Lucrécia Paco. Para o efeito, os dois artistas realizaram uma leitura dramática com base num dos livros mais afamados da literatura brasileira: Macunaíma. O espectáculo de celebração da escrita de Mário de Andrade foi programado para iniciar às 19 horas de sábado, no Centro Cultural Brasil-Moçambique (CCBM), na baixa da cidade de Maputo.

A homenagem a Mário de Andrade na capital do país, de acordo com Expedito Araújo, actor brasileiro cá residente, foi idealizada porque tanto em Moçambique como no Brasil os momentos políticos são confusos, o que desencadeia uma reflexão que se pode robustecer com a leitura do livro Macunaíma por ter um forte cunho político.

Mário de Andrade é uma das grandes referências do Modernismo Brasileiro, cuja obra é muito bem conhecida em Moçambique. Mas por quê homenageá-lo com um trabalho alicerçado à obra literária Macunaíma, além de ser um marco brasileiro? Araújo justifica: “porque Macunaíma tem relevância singular: de enredo, nunca visto antes, de métrica e de construção das frases e com dissílabos e trissílabos numa mistura incrível que nunca vi igual”.

Por se tratar de uma apresentação, Expedito Araújo e Lucrécia Paco optaram por ter textos livres no papel para o que o actor brasileiro considera “jogar mais em cena” fique garantido. O formato do espectáculo, com efeito, foi de interpretação dramática potente dos dois actores num cenário iluminado por velas e tochas. Como se impõe, o palco foi o espaço da narração da história recontada a dois, pelos actores. No caso, quase num realismo fantástico, garantiu o brasileiro, sublinhando que Macunaíma é uma ferramenta para a transformação da sociedade: “acredito no teatro que é arte. Se não provocar, não é arte. Macunaíma faz reflectir pelo novo e pela diferença e transforma. Trabalhamos na interpretação de forma a ser genuína e palatável a todo tipo de púbico”.

O espectáculo intitulado Macunaíma teve uma duração que variou entre 50 e 60 minutos, e, antes da leitura dramática, o evento arrancou com um trecho do filme brasileiro com o actor Grande Otelo no papel.

Mário de Andrade nasceu a 9 de Outubro de 1893, na cidade de São Paulo. Foi um autor multifacetado, daí ter investido na carreira de poeta, escritor, crítico literário, ensaísta ou professor de música. É considerado um dos pioneiros da poesia moderna brasileira, com a publicação de seu livro Pauliceia Desvairada, em 1922, o mesmo ano que os modernistas brasileiros realizaram a Semana de Arte Moderna, uma renovação da forma como as manifestações artísticas eram realizadas até aquele período. A sua obra-prima, Macunaíma, foi publicada em 1928. Além deste, Andrade é autor de: A Escrava que não É Isaura, Primeiro Andar, Ensaios Sobra a Música Brasileira, O Movimento Modernista, O Carro da Miséria e Contos Novos. Mário de Andrade morreu a 25 De Fevereiro de 1945.

Fonte: O País

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