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domingo, 29 de julho de 2018

A MultiCulturaMoz em MINI ENTREVISTA com o Rapper Reason

Razão Martins Raimundo, mais conhecido pelo nome artístico Reason, é descendente do povo Makonde, natural da cidade de Pemba, Província de Cabo Delgado.


Siga a entrevista com exclusividade.

MultiCulturaMoz: Como entra no mundo da música?

Reason: Apaixonei-me pela música na minha infância quando tinha 7 anos de idade. Quase sempre ao entardecer, numa roda entre amigos e meus 2 irmãos mais velhos, interpretava músicas de vários artistas como: 360 graus, Valete, Mr. Bad, Calibrados, Young Lubengula, entre outros artistas fazedores de Rap, que na época tinham grande destaque. Eu era muito bom em decorar letras de Hip Hop, e por causa disso comecei a chamar atenção de algumas pessoas do meu Bairro, que já acreditavam que futuramente eu tornaria-me um rapper, e o mais incrível que pareça, eu não tenho algum histórico de músicos na minha família, fui o primeiro. Muito cedo eu já tinha um público de fãs por causa das músicas que interpretava, daí nasceu em mim a necessidade de compor as minhas próprias músicas.

MCM: Disse que muito cedo já tinha um público de fãs por causa das músicas que interpretava, daí nasceu em ti a necessidade de compor as suas próprias músicas. Quando é que começa a gravar as suas primeiras faixas musicais?

Rsn: Começo a gravar em 2006, com 10 anos a minha primeira música de intervenção social intitulada Sida, no Estúdio da Rádio Moçambique emissor Provincial de Cabo Delgado. Daí não parei mais, fui gravando muitas músicas, fui conhecendo vários Estúdios e também pisando em vários palcos, e em 2009 enraizei-me de facto como um rapper na minha cidade, a partir daquele ano não podia se falar de Rap sem mencionar o meu nome.
Já perdi a conta de quantas músicas tenho no mercado, talvez aproximadamente 200 músicas. Recentemente lancei duas EP's, a primeira foi em 2016 chama-se SERMÃO e a segunda em 2017 R.A.P (Ritmo, Arte e Poesia).

MCM: E o que é feito de Reason fora da música.

Rsn: Fora da música sou Escritor, Estudante Universitário do Curso de Ciências de Comunicação e também sou agente particular de publicidades radiofónicos. Tenho uma paixão enorme do Jornalismo.

MCM: Sendo agente particular de publicidades radiofônicos onde além de música revela-nos também ser apaixonado pelo jornalismo. Já tentou por exemplo ser loucutor de rádio?

Rsn: Já fui fazedor de rádio durante 4 anos. E tenho o sonho de ser dono de uma emissora Televisiva e Radiofónica.

MCM: E ao longo do seu percurso musical, qual dos seus temas foram um sucesso!

Rsn: Desde que firmei-me no Rap, as músicas que até então deram mais visibilidade à minha carreira ou seja deram um "bum" são: Significados (música pertencente a minha primeira E.P Sermão), Vencer ou Perder (música pertencente a minha segunda E.P), Kulumúka (música que participou numa Mixtape colectiva: África surg et ambula) e o mais recente single intitulado O Preço de uma Vida (no contexto da insegurança social que se vive actualmente na Província de Cabo Delgado).

MCM: Reason sendo um rapper de intervenção social, onde é que busca a inspiração das suas músicas.

Rsn: Como um rapper de Intervenção Social, inspiro-me nos acontecimentos do dia-a-dia e de factos pessoais, uso a música para falar de mim como forma de desabafo sobre assuntos que mexem com o meu psicológico. Há rappers também que me inspiram, como: Projota (brasileiro), Azagaia (Moçambicano), Kid Mc (Angolano), Hopsin (americano) Hernâni (Moçambicano), são artistas que eu almejo um dia fazer músicas com eles.

MCM: O estilo underground é um estilo que yah é a cena estás a perceber, contrapartida o rap uderground não tem mercado no nosso país. Uma vez que é difícil viver de música principalmente de rap em Moçambique, o
que achas do rap actual cá e o que tens a dizer para os que mudaram para estilos que estão a bater?

Rsn: Actualmente o Rap como é notório, sofreu várias transformações, ou seja, temos um rap inclinado mais às questões comerciais e aparências. É verdade que o Rap precisa evoluir sempre, mas não se pode matar a sua essência. O rapper tem uma grande responsabillidade social.
O Rap sempre terá o seu espaço, independentemente do estilo Kizomba destacar-se mais na actualidade ou outro género que seja. Não tenho algo contra os rappers que emigram para o Kizomba, cada um livre de fazer o que lhe convém, mas eu acho que ao invés de procurar misturar-se ao que está a bater, como artistas temos de ser criativos e procurar fazer bater o que gostamos de fazer ou o que nos identifica, senão terminamos a carreira como "Maria vai com as outras".

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