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sábado, 19 de janeiro de 2019

Desafio dos 10 anos que tornou-se viral a nível mundial este ano por causa dos artistas moçambicanos chamou atenção da especialista em tecnologia Kate O'Neill


Na verdade isso de publicar duas fotos suas: uma atualmente e a outra de como você era há 10 anos já se fazia há muitos anos atrás, mas não era relevante e só tornou-se viral ou seja, tendência em sites como Instagram, Facebook, Twitter e Blogues nos meados do corrente mês de 2019 quando a maioria dos artistas moçambicanos passaram a partilhar suas fotografias uma atualmente e a outra de como eram há 10 anos em suas contas do Instagram, Facebook e Twitter (para que percebam que nada foi fácil num país sem lei que salvaguarda os interesses do artista onde os promotores de eventos, djs, rádios, televisões e o povo marginalizam os fazedores da cultura) em forma de protesto contra o povo moçambicano sem amor próprio, sem auto-estima, que não valoriza as suas raízes, cultura e os fazedores da mesma de modo que o país possa crescer culturalmente. Esse foi o objectivo dos artistas moçambicanos e tornou-se viral que até os famosos internacionais entraram na onda.

Mas o desafio chamou ainda mais a atenção de uma especialista em tecnologia, que percebeu que a brincadeira pode ser um banco de dados gigantesco para o treinamento de algoritmos de reconhecimento facial entenderem o envelhecimento e as mudanças no rosto das pessoas.


Em um artigo à Wired, Kate O'Neill sinalizou que vale a pena considerar a amplitude dos dados pessoais que compartilhamos na internet, muitas vezes sem pensar. "Eu há dez anos: provavelmente teria entrado na brincadeira e postado minhas fotos no Facebook e Instagram. Eu hoje: penso em como todos esses dados podem ser usados para treinar algoritmos de reconhecimento facial a reconhecer o envelhecimento e sua progressão", disse ela no Twitter.

Letícia Valente e o professor Gil Giardelli, da coluna Revolução BandNews, conversaram sobre os benefícios e os perigos dessa tecnologia. "A gente pode usar tudo na tecnologia para o lado ruim ou lado bom", destacou Giardelli. "Mas se você não está pagando por um serviço na internet, a mercadoria é você", enfatizou.

"Na internet, como tudo é aberto para todo mundo, não colocamos diretos autorais em nada, estamos publicando e deixando para alguém utilizar. Hoje temos muitas empresas desenvolvendo o reconhecimento facial para procurar crianças desaparecidas ou para identificar algum tumulto na rua, mas a principal barreira desse reconhecimento é quando você modifica alguma coisa no seu rosto. A Kate O'Neill sinalizou que podem estar utilizando essa montagem que estamos fazendo no desafio dos 10 anos para identificar o que mudou no rosto das pessoas de uma data até 10 anos depois e esse é um banco de dados gigantesco. Se você digitar no seu Instagram, no seu Facebook ou Twitter #10yearschallenge, você vai ver um banco de dezenas de milhares de pessoas que estão compartilhando gratuitamente essas fotos", destacou Letícia.

É importante, portanto, que as pessoas tenham consciência de que a internet, muitas vezes, é terra de ninguém. "Segredo só é segredo quando apenas uma pessoa sabe. Você colocou nas redes sociais, é de todo mundo", ressaltou Giardelli.



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